quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lov Moment 11 - Desabafo



Nada além de um desabafo, constatações. Isso que verás a seguir. Mas de quem é esse desabafo? Meu? Infelizmente, para você só ficará a eterna dúvida. Quem sabe um dia eu conto? Penúltimo texto desta campanha. Copa do mundo está chegando e o assunto não pode ser outro. Mas promessa comigo não vira dívida. Minha palavra valerá sempre mais do que qualquer contrato. Ideologia dos antigos.

Enfim, como última postagem, no dia doze, colocarei não um texto, poema, não. Colocarei um pequeno verso de cartão. Se você, leitor, se sentir a vontade, coloque no seu cartão. A honra vai ser minha, mas a recompensa será sua.

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Engraçado! Quando mais amo, menos sou amado.
Se for levar em conta que amo muito, estou ferrado.
Cansado. Esperando alguém aparecer,
Para fazer acontecer, pois quando fiz não deu certo.
Agarrava-me ao abstrato, vivia de mitos não fatos, confundia até o concreto.
Cary é a estranha e o João é o que?
Às vezes me pego negando o amor, para me forçar a escrever,
Mas paralelamente isso me faz sofrer.
Sou contraditório, retórica ambulante.
Fiel somente as palavras, é notório, chega a ser delirante.
Recorrendo as velhas amizades sempre que meus pés encontram o chão do poço. Saudade de tempos infantis, que chamava qualquer um de 'moço'.
Na satisfação momentânea que o álcool nos dá,
Amnésia improlongável que toda manhã insiste em voltar.

Abro a janela, ali está o sol, mas vejo tudo nublado.
Pela noite, ali está a lua, mas sem nenhuma estrela do lado.
Luar sem graça! Entro madrugadas a fio.
E nem o melhor óleo lustrador para chegar nos meus dias e dar brilho.
Que dó! Que dor!
Amor do pó ao pó! Filme de terror!
Só meu peito sabe o que esconde meu sorriso,
Que as brincadeiras maquiam a angústia e o medo que vive escondido.

Se eu não vivo o amor, como de mim ele aflora?
Porque, mesmo sem rumo, me lanço mundo afora?
Nem eu me entendo e isso me envenena,
Lidar comigo é difícil, mas espero que valha a pena.
Cientista do amor, inevitavelmente me tornei,
Aprendi com a solidão que amargamente vivenciei.

Quando as músicas lembram, perfumes remetem, gestos recordam, fique ligado!
Se você a vê em todos na multidão, sinto informar você está apaixonado.

Seu coração é latifúndio dela, inevitável.
Não sofrer é impossível.
Sem ela derrota, com ela invencível.
Ficar longe é inviável.

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