segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tão grande e tão pouco




Engraçado. Quanto mais amo, menos sou amado. Se for levar em conta o quanto amo, percebe-se que estou derrotado. Cansado. Esperando alguém aparecer, para fazer acontece, pois quando fiz não deu certo. Me agarrava ao abstrato, vivia de mitos não de fatos, confundia o que era concreto. Cary é a estranha? E João é o que? Às vezes me pego negando o amor para me forçar a escrever, mas simultaneamente isso me fez sofrer. Sou contraditório, retórica ambulante. Fiel somente às palavras, é notório, chega a ser delirante. Recorrendo às velhas amizades sempre que meus pés alcançam o chão do poço. Saudade de tempos infantis que chamava qualquer um de 'seu moço'. Na satisfação momentânea que o álcool nos dá, amnésia improlongável que toda manhã insiste em voltar.


Abro a janela, ali está o sol, mas vejo tudo nublado. Pela noite, ali está a lua, mas sem nenhuma estrela ao lado. Luar sem graça! Invado as madrugas a fio... Nem o melhor lustrador, às minhas manhãs, daria brilho.

Que dó! Que dor!
Do pó ao pó.
Filme de terror.


Só meu peito sabe o que esconde meu sorriso, que as brincadeiras maquiam angústias e medos que vivem escondidos. Se não vivo o amor, como de mim ele aflora? Por que mesmo sem rumo, me lanço mundo afora? Nem eu entendo minhas indagações e isso me envenena, lidar comigo é difícil, mas espero que valha a pena. Cientista do amor, inevitavelmente me tornei, aprendi com a solidão que vi e presenciei. Quando músicas lembram, perfume remetem, gestos recordam, fique ligado! Se você só pensa nela e a vê em todos na multidão, sinto informar, você está apaixonado.


Seu coração é latifúndio da amada; inevitável
Não sofrer por ela; impossível.
Ficar longe deste amor; inviável.
Fica perto dela; incrível.