terça-feira, 19 de outubro de 2010

B -




Firmeza no andar, olhar confiante. Derrota é desconsiderada pela vitória estampada no semblante. Segue o homem em meio ao caos. Some ao adentrar a multidão. Torna-se mais um e esse é o maior dos seus medos. Nascer como mais um é nosso estigma, mas morrer assim é opcional. Quantas almas você tocou? Quantas vidas marcou? Quantas pessoas fez sorrir? Quantas fez chorar? Por quantos sorriu? Por quanto chorou? Se ainda não viveu isso, preocupe-se.

Em meus quase vinte anos de caminhada, ví muitos rostos, milhares de personalidades... Vi a maioria seguir o fácil e não o certo. Fazer o simples. Mas o risco alguma hora tem que ser assumido. Vi muitos outros buscarem sucesso achando que isso era felicidade. Uns querendo ser conhecidos, outros querendo ser reconhecidos... Vi que muitos acreditam no que dizem sem investigar e se deixam levar
por boatos. Tornam sua mente, que deveria ser sua principal aliada na vida, a maior vilã de todas as situações conturbadas. Vi medo em excesso virar covardia, vi confiança demais virar soberba, vi fortes serem subestimados e fracos superestimados, conheci os de braços fortes e mentes hipertrofiadas.

Observei contas bancárias cheias e vidas vazias, falsos amores, paixões relâmpago (bonito, rápido e potencialmente devastador), abracei pessoas que não devia nem estender as mãos e ignorei pessoas que deveria amar... Aprendi que viver é cair cem vezes e levantar cento e uma. É ter por perto quem se ama, fazer o que se gosta. Forcei-me a aprender que é minha obrigação valorizar minhas lágrimas e que meus sorrisos não fazem bem só a mim, eles contagiam. Até hoje vejo maldosos, oportunistas, tripudiadores e sei que eles para sempre irão existir, porém devo aprender a conviver e me preservar deles.

Hoje sei que falhei, falho e falharei, mas que isso é normal a partir do momento que eu reconhecer,me desculpar e não cair no mesmo erro. Sei que o ostracismo é inimigo do homem moderno, que o comodismo pode ser fatal e poupar-me demais seria um retrocesso. Às vezes é preciso dar um passo para atrás para dar dois para frente. Que voltar ao começo não é se humilhar, que nossa raiz não pode ser esquecida, que derrotas ensinam mais que vitórias, glórias escondem erros e verdades, boas ou ruins, são mais dignas. E sabendo de tudo isso, diante de tal complexidade, sigo e te aconselho a seguir também. Construa pontes ao invés de muros. Não se isole. Misture-se para conhecer, mas com cautela, faça o seu melhor sempre e principalmente no que você gosta, marque alguém, marque o mundo, prove que passou por aqui. Que seus atos e suas palavras tenham sua assinatura no fim. Aí sim, certamente saberemos se tudo isso valeu a pena.

Um comentário: